A Festa de Abril é na Universidade do Porto!

By casinoonline-br.com abr 19, 2024 #Futebol

da brdice: Que seja um dia “inteiro e limpo”, como escreveu Sophia de Mello Breyner Andresen, referindo-se ao “dia inicial” após “a madrugada que eu esperava”. Poema que intitulou com a data da Revolução. Chegados à semana em que se cumprem os 50 anos do 25 de Abril, o programa adensa. Só nos resta esperar que escolha a Universidade do Porto como parceira para exercer o direito de celebrar a liberdade.

da cassinos ao vivo: A semana arranca logo no dia 22 de abril, na Casa Comum, com uma proposta do Departamento de Filosofia da Faculdade de Letras da U.Porto e do Instituto de Filosofia (IF-UP). Associam-se a este programa “não apenas por razões políticas e sociais”, mas também porque “a Revolução permitiu a expressão de novas formas de pensamento e das mais variadas expressões da arte, da música, da poesia, da literatura, do cinema e do teatro, entre outras”. Uma liberdade de expressão que é constitui a “base fundamental para qualquer sociedade democrática, em que filósofos e escritores, questionando e desconstruindo ideologias, puderam tomar parte na discussão pública”. É este legado que o evento pretende fazer refletir.

O programa tem início às 14h30 com uma conversa José Soudo (ArCo) sobre A fotografia na Revolução. Do preto e branco à cor: as fotografias de Bernardino Pires e o 25 de Abril será ainda tema de conversa de Maria Luísa Malato (FLUP) e Paulo Gaspar Ferreira (In Libris). Às 16h30, colocam-se As Canções e as Armas em cima da mesa. Pretexto para ouvir Joana Gomes e Mariana Leite (IF-FLUP): Foi bonita a festa, ai amigo! – A lírica trovadoresca e os cantautores de Abril.

Às 17h30, vamos falar de cinema e experiência política com Sérgio Dias Branco (FLUC). Às 18h30, ficamos com o 48, um documentário de Susana Sousa Dias ao qual se seguirá uma conversa sobre O que pode uma fotografia de um rosto revelar sobre um sistema político? Partindo de um núcleo de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa (1926-1974), 48 é um documentário que procura mostrar os mecanismos através dos quais um sistema autoritário se tentou auto perpetuar durante 48 anos. Segue-se uma conversa com Jorge Campos e Elsa Cerqueira, com a presença da realizadora.

No dia 24, a programação continua. Logo ao início da tarde, às 14h30, haverá a apresentação do livro Siga a malta, trema a terra , de Mário Correia. Uma hora depois, A Filosofia e o 25 de Abril é o tema para uma conversa com Artur Manso (Universidade do Minho). Às 16h25, o tema 25 de abril e inter-artes irá fazer sentar à mesma mesa Cristina Pratas Cruzeiro (UNL) e e Rui Lopo (IF-UP).

Durante a tarde, haverá ainda espaço para um momento musical e cinema. Serão exibidos dois filmes do realizador Abi Feijó: A noite saiu à rua (curta baseada no livro de João Abel Manta “Caricaturas Portuguesas dos Anos de Salazar”, com música de José Afonso); e Os salteadores (baseado num dos contos de Jorge de Sena, numa viagem noturna ao longo da costa portuguesa nos anos 50, dentro de um carro, ouve-se uma discussão sobre um grupo de homens capturados e mortos durante a Guerra Civil Espanhola, revelando facetas do regime fascista português).

O realizador estará presente para uma conversa com Jorge Campos e Elsa Cerqueira. Os curadores deste programa multidisciplinar são Maria Celeste Natário, Vítor Guerreiro e Rui Lopo. A entrada é livre.

Os Salteadores, de Abi Feijó, passa na Casa Comum na tarde de 24 de abril. (Imagem: DR)

Dia 24 é ainda o dia em que o convidamos a dizer poesia na Sala do Fundo Antigo da Reitoria. Neste que é já o último dia da oficina de escrita criativa “Vem dizer o 25 de abril, pá |“, os participantes podem contar com a leitura de textos provenientes das obras Novas Cartas Portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa; As Mulheres do meu País, de Maria Lamas; Apresentação do Rosto, de Herberto Hélder, entre outros. A participação é livre, mediante inscrição prévia.

No dia 25 de abril, Dia da Liberdade, recordamos Sophia de Mello Breyner Andresen e o escritor, poeta e amigo Jorge de Sena. A Nova Companhia leva a cena, na Galeria da Biodiversidade do Museu de História Natural e da Ciência da U.Porto (MHNC-UP), um dialogo ficcionado entre os dois escritores.

Em Um País que é Noite, vamos, em conjunto, imaginar um encontro entre ambos, exatamente no dia que antecede a fuja de Jorge de Sena para o Brasil. E que local poderia ser simbolicamente mais impactante, para este encontro, do que a casa onde Sophia passava as suas férias quando criança e a inspirou para tantas das suas aventuras imaginárias? A entrada é livre, mas sujeita a inscrição através do e-mail [email protected].

Dia 26, sexta-feira… É dia de irmos ao cinema para ficarmos com Bela Vista. Ilha habitada. O documentário de Rui Rufino acompanha a reabilitação da ilha municipal da Bela Vista, na cidade do Porto, entre 2015 e 2017. Através dos testemunhos e memórias de diferentes gerações de moradores, registam-se anos de convivências, dificuldades e lutas por melhores condições de vida. O filme aborda ainda o papel social da Arquitetura que procurou preservar a identidade do espaço e renovar a sua dignidade no contexto atual da cidade, através dos testemunhos do antropólogo e dos arquitetos responsáveis pelo projeto.

Estarão presentes o sociólogo Manuel Carlos Silva (CICS.NOVA-UM), o antropólogo Fernando Matos Rodrigues (CICS.NOVAUM / LAHB), o ativista António Fontelas (Associação de Moradores Ilha da Bela vista) e o arquiteto António Cerejeira Fontes (EAAD_UM / LAHB). A moderação ficará a cargo do sociólogo Fernando Bessa Ribeiro (ICS-UM / CICS.NOVA_UM).

Ilha Habitada, de Rui Gonçalves Rufino, acompanha a reabilitação da ilha municipal da Bela Vista, no Porto. (Imagem: DR)

E porque estamos quase a ver Maio a Nascer, o NEFUP – Núcleo de Etnografia e Folclore da Universidade do Porto junta-se à celebração da liberdade no final de tarde de 27 de abril. Entrevistas a elementos da associação foram a base para a construção narrativa de uma (ou muitas) TRAVESSIA(s): do passado ao presente; da ditadura à democracia; da guerra à paz; da emigração ao regresso; do salto a monte ao exílio; do Portugal ultramarino e orgulhosamente só ao país europeu de hoje.

Cruzando a música e a dança tradicionais com os poetas e cantautores de Abril, TRAVESSIA – maio a nascer faz um percurso pela memória, retratando o velho “Portugal suicidado”, confrontando-o com “tudo o que Abril abriu”, nas palavras de Ary dos Santos. O espetáculo tem início às 19h00, no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto.

Dia 30 de abril, às 15h00, regressamos à Casa Comum para um debate sobre Democracia e Liberdade e que nos lança a questão: Que Caminho para a Igualdade de Género? Criaremos espaço para debater os direitos das mulheres e o percurso rumo à igualdade de género. Reunindo a visão de duas associações feministas portuguesas, Cristina C: Vieira (APEM) e Manuela Tavares (UMAR) irão lançar uma reflexão sobre desafios e conquistas, o papel das associações de mulheres/de género/feministas e da sociedade nesta transformação rumo à equidade. Um olhar sobre o percurso, mas também sobre o futuro do país em matéria de igualdade.

O evento é organizado pelo RESET – Redesigning Equality and Scientific Excellence Together, em parceria com a APEM e a UMAR, com o apoio da Casa Comum.

As iniciativas inseridas no programa dos 50 anos da Revolução de Abril têm entrada gratuita, limitada à lotação do espaço, embora algumas sejam de inscrição obrigatória.

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